domingo, 13 de novembro de 2011

26- Destino x Livre Arbítrio

Não fazia ideia de que horas eram quando chegamos à Primavera e encontramos uma Kate com olhos fundos e vermelhos. Soltou um palavrão assim que nos viu parando o carro.
“Pensei que nunca fossem chegar. É tarde demais, não é?” Mais palavrões. “O que vou fazer agora?”
Foi um gesto tão singelo e com toda aquela situação não deveria ter feito com que eu me sentisse daquela forma, mas quando vi Kate saindo dos braços protetores do Matheus para os braços do Scott, como se ali fosse o seu lugar, precisei fingir que aquilo não doeu no meu coração.
***
“Ah, eu peguei esse livro hoje lá naquela livraria que te mostrei.” Matheus teria dito mais se nossa atenção não fosse desviada para as gargalhadas que foram iniciadas por três criaturas no quintal.
Senti-me tão distante, como uma plateia, na varanda da casa da Kate assistindo aquela cena: Scott correndo atrás da Kate juntamente com a pequena Colli. Ele encheu a Kate de cócegas assim que a alcançou e as risadas eram tão alegres... 
Pareciam um jovem casal com sua filha. Não consiga ver de outra forma. Mas ele e Kate não tinham nada... Scott estava comigo por livre e espontânea vontade... Não era? Eram pensamentos ruins que eu precisava afastar da minha mente doentia. 
Virei as costas já pronta para entrar na casa e ocupar a mente com qualquer outra coisa. Matheus pegou a minha mão, impedindo-me. Seus olhos pediam que eu ficasse ali com ele, mas não ousou pronunciar.
Eu ficava até lisonjeada vendo todas as colegiais me odiando por estar namorando o Scott. Adorava vê-lo ignorando todas elas. Mas só precisava vê-lo sorrindo para a Kate para os piores pensamentos surgirem em minha mente. Pensei em como o Matheus poderia suportar ver Kate toda noite com alguém diferente e não ter enlouquecido.
“Como você aguenta?”
Matheus, que ficou de costas para a diversão no quintal (ao pegar na minha mão), acompanhou meus olhos para onde os outros três brincavam apenas para suspirar, porque ele já tinha visto, e voltou para mim com olhos cansados.
Eu sabia... eu sabia, porque era palpável de tão grande o amor que Scott e Kate sentiam um pelo outro. Só não conseguia entender. E a todo custo eu preferia fingir que era só uma amizade como outra qualquer.
“Sem ela...” 
Ele nunca precisou terminar aquela frase. 
***
Eu estava na cozinha com o Matheus, colocando um pouco de açúcar em um copo de água. Uma gritaria começou do lado de fora da casa.
“Eles não estavam aqui dentro?” Matheus.
O som do motor do carro foi mais do que o suficiente para que saíssemos da cozinha às pressas.
***
Eu nunca, em toda a minha vida, tinha pisado em um parque de diversões.” Comentei com o Scott durante um passeio da turma.
Ele deu um leve aperto na minha mão que segurava, satisfeito. “Vou te levar ao lugar mais romântico de todo o parque: a Roda Gigante.”
Devolvi o aperto em sua mão.
“Pra onde todos foram?” Perguntei vendo uma multidão de pessoas desconhecidas pelo parque.
“Kate disse que vinha depois...”
“Você já me disse. Quero saber dos meus amigos que estiveram o tempo todo conosco na viagem. Yasmin e Derick também disseram que vinham depois, mas até agora nem deram sinal de vida.”
“Não sei.”
Seu celular começou a tocar. “É a Kate.” Scott disse ao olhar a tela do aparelho.
“Oi, Kate. Já está vindo?... O quê?” Soltou a minha e se afastou um pouco, para mais distante das músicas altas.
Voltou aflito. “Amor, Colli está queimando de febre. Ela já está indo ao hospital e eu vou também para não deixa-la sozinha. Não tem trânsito, vou levar meia hora.” Olhou ao redor procurando algo.
“Então também vou com você.”
“Não, não, amor. É a sua primeira vez aqui, quero que se divirta. Ali!” Olhei no mesmo instante para onde ele apontava. “Seus amigos. Vamos lá. Vou te deixar com eles antes de ir.”
Fui tão egoísta por tanto tempo que quando decidi não mais ser achava que precisava fazer a vontade dele acima da minha e que isso era não ser egoísta, que isso era amar. 
“Deixa que vou até eles. Vai lá pro hospital.” Forcei um sorriso, o melhor que pude.
“Prometo não demorar.”
“Te espero.”
Deu um beijo estalado em meus lábios e foi embora.
Ele sempre cumpre suas promessas, reforcei o pensamento.
“O que faz sozinha?” Matheus me deu um susto aparecendo do nada. “Desculpa, não quis te assustar.”
Não era ele que deveria ter ido ficar ao lado da Kate? Por que tudo parecia tão errado, tão fora de ordem? E eu ainda não fazia ideia... Não se deve mexer com o destino, ele tem um jeito de deixar tudo em seu lugar e eu aprendi essa lição da pior forma possível.
“Vi seus amigos logo ali, vem?” Ofereceu-me sua mão.
Parte de mim queria continuar no mesmo lugar esperando pelo retorno do Scott e essa mesma parte precisava da companhia do Matheus.
Coloquei minha mão na sua e enquanto quase morria do coração diversas vezes naqueles brinquedos malucos com meus amigos, também quase esquecia que faltava alguém ali.
Já era noite quando todos decidiram ir à Roda Gigante.
“Vem, Mari. Esse é o mais tranquilo, não precisa ter medo.” Matheus.
“Não... Estou cansada. Vou dar um tempo.”
Matheus estava já descendo um degrau para ficar comigo quando o parei. “Você vai. Só quero ficar um pouco sozinha.”
“Você merece mais do que um cara que te larga sozinha.”
“Acho que o mesmo vale pra você.”
Ele sorriu triste. “É...” Virou as costas subindo.
“Math!”
Ele parou.
“Obrigada.”
Fiquei parada na entrada do parque por um incontável tempo. Quando o Scott surgiu caminhando na minha direção toda a minha raiva se foi. Quis muito bater nele, xingá-lo, reclamar por ele ter me deixando por conta própria; mas estava tão feliz por tê-lo de volta...
Corri até onde ele estava e o abracei. 
“Desculpa... Acabei demorando. Vamos agora?” Apontou com a cabeça na direção da roda gigante.
“Vamos...”
Scott falou sem parar na roda gigante. Eu segurava firme as suas mãos, como se a qualquer momento ele fosse receber um telefonema e saltar dali mesmo para longe de mim.

9 comentários:

  1. Aff!!! Não sei se fico mais brava por a BisKate ter ligado e atrapalhado ou por o Scott ter deixado a Mari pra ter ido cuidar da filha da bisKate(QUE NÃO É filha DELE) ò.ó Aff.. Sinceramente se for pra continuar desse jeito é melhor a Mari dar um pé na bunda dele e arrumar um q tenha tempo pra ela... Falo Merrrrrmo! u.u


    Um soco pra vc Suh ¬¬'

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  2. A ligação do Scott é muito forte, graças a própria Mari... É muito difícil estar de "fora" quando se é possessivo!

    AMO
    bjosmil *.*

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  3. Ah sei lá viu! Só acho q ninguém iria gostar de estar com o namorado e alguém ligar e ele sair e deixá-la sozinha... Tantos amigos... Pq ela não ligou pro Matheus? Ele esta sempre lá do lado dela feito um cachorrinho u.u'
    Deu uma forma ou de outra eu quero bater na Suh *---*


    Bjooo

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  4. Bem Scott e Kate são melhores amigos né...
    Mas acredito que ainda tem um sentimento entre eles...
    Suh quero saber o que aconteceu com a bebe...

    Beijos

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  5. Ah, meninas...
    Acho que nem precisa de explicação com fatos tão claros, mas eles fazem de tudo pra ignorar o óbvio. =/
    Bem, vou ser ainda muito espancada aqui nas próximas atualizações e pela primeira vez nem vou reclamar.
    Até a próxima, amooores!
    Deh, Mita e Vih, obrigada pelos comentários!!! =*

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  6. Esse seu coment aí... oO
    Scott correu tanto atrás da Mari pra descobrir que ama mesmo a Kate, será?
    Ansiosa pela próxima vontade de te matar. \õ/
    Beijo, bruXuh.

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  7. Próxima atuh quase saindo, Dindi ><'

    =*

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  8. Deka vc às vezes é tão cega! Porra é claro que ninguém ia gostar, mas car*** pra quem ela ia ligar??? Pro Aickel? A Mari sempre soube dessa ligação dos dois, e é muito fácil botar a culpa em quem vc acha a putinha...

    A quem cabe cortar o elo??? Ela que tá sozinha, ou ele que tem namorada? (uma chata, é verdade, mas tem u.u)

    Porra Suh! Vontade de te bater MUITO! Sorte sua que já saí de BSB!

    Bjks

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    Respostas
    1. Não sei por que seus comentários me fazem desejar me tacar no meio da pista. '-'

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