quinta-feira, 3 de novembro de 2011

24- Esquentando x Esfriando



Abaixei-me também, envolvendo aquele corpo tão doente quanto o meu.
“Me perdoa, por favor...” Implorei.
“Te perdoar? Você não entende... O meu coração é seu, Mariana. Faça-o em pedaços quantas vezes quiser, ele continuará sendo seu.” Confessou sem forças, “Eu só sei te amar...”
Meu organismo deve ter parado de funcionar por um tempo enquanto eu tentava absorver as palavras mais lindas que ouvi em toda a minha vida. Scott podia ter dito “Eu te curto” que causaria o mesmo efeito, era por vim dele, era por ser quando pensei que estaria tudo acabado. 
“Você também não entende que a sua dor em mim dói muito mais que a minha própria.”
Scott tirou sua cabeça do meu ombro para olhar dentro dos meus olhos. Beijamo-nos e fizemos amor com uma paixão que só se conhece uma vez na vida. 
Eu nunca esqueceria o dia em que Scott Meyer me tomou em seus braços pela primeira vez.
***
“Eles me amam, você não devia estar tão agitada.” Scott dizia do outro lado da linha.
Eu tentava manter minha voz a mais baixa o possível para que meus pais não me ouvissem da varanda da casa. “Você que está calmo demais. O seu treinador pode te adorar o quanto for, mas meu pai não vai ficar nada contente em receber o meu namorado.”
“Daqui a pouco estou aí e então você verá. Não há nada para se preocupar...” Ele precisava me ensinar a ter essa autoconfiança inabalável. “Tem certeza que não seria melhor avisá-los que estou indo?”
“Não mesmo!”
Scott gargalhou do outro lado. “Que medrosa! Mas tudo bem... Só não pense que eu cheguei até aqui pra desistir fácil assim. A parte mais difícil eu já consegui que foi você...”
“Mais difícil? Você não conhece mesmo o meu pai.”
“Fica tranquila, amor. Só vou pegar as chaves e já estou aí. Não demoro.”
“Até logo...”
Scott esteve me enchendo a paciência para ser apresentado aos meus pais como seu namorado. Ele tinha esse gênio teimoso de querer as coisas mais complicadas, mas quando ele me dizia “Fica tranquila, amor” eu apenas ficava.
Meu pai estava me achando estranha, mas desconfiada mesmo estava a minha mãe. E quando apareci na sala, onde meus pais estavam, com minhas mãos dadas com o Scott eles compreenderam no mesmo instante.
“Boa tarde, senhor e senhora Vasconcello!”
Minha mãe era uma perfeita anfitriã mais que tudo e, antes que o constrangimento dominasse o ambiente, abriu um sorriso convidando o Scott a se sentar. Meu pai não conseguiu abrir a boca minuto algum. Já o Scott parecia tão calmo como se estivesse numa festa com seus amigos; e a sua paz fazia a minha.
Nada de mortos ou feridos. Meu pai não disse estar satisfeito, mas também não disse o contrário o que preferi acreditar ser por ter aprovado a minha escolha. Minha mãe ficou radiante depois da nossa conversa. Mais um ponto para o convencido do meu namorado.
“Viu? Eu disse que eles me amam...” Scott se gabava dirigindo até a casa da Kate.
“Bem, se eles não te amassem eu podia ter alguma salvação. Talvez eles me levassem pra fora do país, sei lá...”
“Sonhe, Mari, ou aceite a verdade: Você nunca vai se vê livre de mim. Nunca. Nunca.”
Dizem que não devemos dizer coisas como “sempre” e “nunca”, mas é aquele tipo de lição que você apenas ignora. Mas quem disse que o Scott já me fez alguma promessa que não cumprisse? Esse garoto não conhecia limites.
Tinha passado a apreciar bastante a companhia da Kate, mesmo que às vezes eu não pudesse deixar de sentir uma ponta de ciúmes pela necessidade do Scott em compartilhar tudo o que lhe acontecia com ela. A amizade deles era mesmo algo para se invejar.
Kate era uma borboleta e como ela poderia ser feliz se não fosse livre pelos ares? Engraçado como pensávamos diferente sobre o amor e liberdade. Ela parecia feliz com suas escolhas, mas você só precisava conhecê-la um pouco mais para descobrir que só parecia... 
Matheus sempre foi um rapaz maravilhoso, alguém pode imaginar o quanto ele não era impecável com a sua amada Kate? Enquanto ela tinha apenas dado uma diminuída em suas noitadas, Matheus parecia um anjo firme ao seu lado mesmo que tudo que fosse ter do coração da Kate fosse ser sua gratidão. Mas o que mais me fazia doer o coração era vê-lo sendo chamado entre os amigos desde babá a corno manso. Só posso dizer que cada um faz suas escolhas e esperar para que eles tivessem consciência das que estavam fazendo.
“Ruivinha!” Scott chamou passando pela porta da casa destrancada.
“Colli, o tio bobão acabou de chegar!” Ouvimos Kate falar alto para chamar a nossa atenção para onde ela estava no quintal.
“Cadê a princesinha?” Scott parecia mesmo um bobão quando falava assim, mas conseguia me arrancar ainda mais suspiros.
Matheus segurava o balanço de pneu parado da árvore onde Kate estava sentada e Colli escorria pelas pernas da mãe correndo precoce para a idade mesmo que completamente desajeitada.
“Meu!” A pequena disse com cara emburrada para mim segurando as pernas do tio.
Scott a pegou no colo rindo. “Todo seu!”
“Isso! Ensina coisa errada pra menina!” Fingi me importar.
“Ih, acho que deixamos a titia com ciúmes, Colli, e agora?”
“Colli vião” Aqueles bracinhos miúdos se esticavam pelo ar pedindo para o tio fazer a sua brincadeira preferida de avião.
***
Sabe quando você olha para a sua vida e sente que por mais que não esteja tudo perfeito você tem até se esquecido que tem alguma coisa para reclamar? Talvez você não saiba, eu mesma não sabia o que era sentir isso até que resolvi parar de me limitar tanto e fui com tudo no que eu mais temia: Scott Meyer.
Foi numa tarde, enquanto esperava o tempo passar logo para me encontrar com o Scott que percebi que nunca fui tão feliz.
Scott gostava de fazer longos planos para o futuro, mas todo dia ele achava que devia mudar alguma coisa e todo dia eu planejava com ele um novo caminho. O que nunca mudava era a melhor parte: eu e ele juntos para sempre. Para todo empecilho que eu enxergava que pudesse nos afastar um pouco que fosse (como a faculdade), Scott dava uma solução. Pensei de verdade que nem mesmo por mínimo tempo precisaria sentir a sua falta. Acho que eu estava começando a ver o mundo como ele via, onde os únicos problemas que existiam eram os que nós mesmos criávamos e que poderiam ser facilmente arrumados.
Chuva e frio me lembram do Scott, então, acho que não deveria sentir calafrios e odiar tanto esse tempo agora...
 “Você não devia pisar nesse chão frio descalço...” A verdade é que eu jamais reclamaria por tê-lo caminhando nu no quarto, mas com aquele tempo congelante eu me preocupava.
“Tenho você pra me aquecer.” 
“Então volta.”
“Só vou ver quanto tempo ainda temos até te levar de volta ao dormitório.”
Bufei e puxei as cobertas para cima da cabeça. Meus pais estavam de marcação e com isso minhas noites dormidas com o Scott tinham terminado.
“Que estranho... tem várias chamadas perdidas da Kate.”

8 comentários:

  1. Que bom que eles se acertaram *-*
    Mas não sei não...muita felicidade pra ser uma história feita pela Suh que gosta de nos torturar... 1pensa
    Acho que algo ruim vem por ai ashh
    Só espero estar errada çç

    Beijos

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  2. Porque a Biskate tem que aparecer tanto? O q ela quer agora? ¬¬' Meeeeu esse negócio de falar com o pai é tenso g.g
    Enfim juntos!!! *---*


    Bjos desnaturaXuh

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Paraíso infinito irradia as cores do arco-íris, mas ele é só um breve e fugaz momento refletido pela mágica do feliz olhar.

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  5. Suh, sua bruxa! Amei, mas sei que já tá aprontando alguma... Vou correndo pra outra atuh.
    Beijo.

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  6. Antes estivesse errada, Vih... =/

    -

    kkkkkkk, Deh!
    \õ/

    -

    Carooool! Thanks!! *w*

    -

    Mita... FATO! =/

    -

    Dindiii, não me mate ><

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  7. Afff!!! Só agora que vi, estive aí, reclamei que não teve atuh e vc não falou nada! ¬¬" Só te dando uma surra!

    Enfim... Esses dois idiotas resolveram se acertar... lixa*


    Bjks!

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